Instinto assassino
Viajar é bom, sempre bom, mas cansa. Pois é, eu estava de fato bem cansada. E também por um motivo qualquer estava com dor de cabeça. Pensei em dormir cedo, me recuperar direitinho, e aproveitar bem o dia seguinte.
Pois bem, era isso que eu tinha em mente pra aquela noite. Só isso. Dormir. Não tinha qualquer outra pretensão, nem planos mirabolantes, nem jantares à luz de velas, nem cenas de tórrida paixão. Queria a noite de sono dos justos. E assim, na inocência, me deitei na cama.
Mas a paz não durou muito. Na calada da noite, um turbilhão de ruídos saiu do posto de gasolina da esquina e chegou como uma avalanche. Me acertou em cheio. Pá!!!!!! Adolescentes e seus Bondes do Tigrão, Calypsos e afins me atingiram com toda a força. Fui tomada por aqueles sons retumbando na minha mente tum ti-tum... ti-tum... TI-TUMMMMMMMM ... Aos poucos ecoaram por toda a casa e fizeram o vidro tremer. Sentia como se meu coração estivesse pulsando dentro da minha própria cabeça. Entrei em choque.
E eu que já não conseguia dormir, agora nem conseguia mais pensar. Perdi o controle.
Tomada por um acesso de fúria queria acabar com aquilo a qualquer custo. Até a morte parecia um preço justo a pagar pelo silêncio. Mas preferia machucar e torturar. Queria que sofressem. Sorria ao me imaginar riscando aqueles carros do pára-choque ao pára-brisa. Escrevendo babacas, em letras garrafais, destruindo, destruindo... Mas isso ainda parecia tão pouco...
Meu instinto assassino precisava de mais. Estava insaciável e tomava conta de mim com uma força nunca sentida. Sublimava meu pensamento, me enlouquecia. No delírio, tinha idéias luminosas. E explosivas. Ah Bin Laden my love... e tudo iria pelos ares... Bummm! Que doce visão seria! Cérebros vazios de um lado... corpos tomados de hormônios de outro... E os selvagens estariam eliminados. Os que sobrevivessem voltariam pra suas cavernas e nunca mais sairiam de lá... pelo menos não até estarem prontos pra viver em sociedade. Que sonho lindo.
Pois bem, era isso que eu tinha em mente pra aquela noite. Só isso. Dormir. Não tinha qualquer outra pretensão, nem planos mirabolantes, nem jantares à luz de velas, nem cenas de tórrida paixão. Queria a noite de sono dos justos. E assim, na inocência, me deitei na cama.
Mas a paz não durou muito. Na calada da noite, um turbilhão de ruídos saiu do posto de gasolina da esquina e chegou como uma avalanche. Me acertou em cheio. Pá!!!!!! Adolescentes e seus Bondes do Tigrão, Calypsos e afins me atingiram com toda a força. Fui tomada por aqueles sons retumbando na minha mente tum ti-tum... ti-tum... TI-TUMMMMMMMM ... Aos poucos ecoaram por toda a casa e fizeram o vidro tremer. Sentia como se meu coração estivesse pulsando dentro da minha própria cabeça. Entrei em choque.
E eu que já não conseguia dormir, agora nem conseguia mais pensar. Perdi o controle.
Tomada por um acesso de fúria queria acabar com aquilo a qualquer custo. Até a morte parecia um preço justo a pagar pelo silêncio. Mas preferia machucar e torturar. Queria que sofressem. Sorria ao me imaginar riscando aqueles carros do pára-choque ao pára-brisa. Escrevendo babacas, em letras garrafais, destruindo, destruindo... Mas isso ainda parecia tão pouco...
Meu instinto assassino precisava de mais. Estava insaciável e tomava conta de mim com uma força nunca sentida. Sublimava meu pensamento, me enlouquecia. No delírio, tinha idéias luminosas. E explosivas. Ah Bin Laden my love... e tudo iria pelos ares... Bummm! Que doce visão seria! Cérebros vazios de um lado... corpos tomados de hormônios de outro... E os selvagens estariam eliminados. Os que sobrevivessem voltariam pra suas cavernas e nunca mais sairiam de lá... pelo menos não até estarem prontos pra viver em sociedade. Que sonho lindo.
Mas o pesadelo era grande! Era preciso fazer alguma coisa. Alguém tinha que dar um basta naquela loucura. E seria eu.
Com o sangue borbulhando nas veias e a fúria dominando meu peito, fiz o que jamais pensei que seria capaz de fazer. O que nunca ninguém imaginou que eu fizesse. Disquei 190. Sim, eu fiz. Disquei 190 e um policial atendeu. 10 minutos depois tudo estava resolvido.
A força da natureza se acalmou... aos poucos... e a paz voltou a reinar.
Adormeci.
4 comentários:
huahuahua...
sei que não foi nada engraçado, mas a narrativa foi. adorei o texto. e a atitude.
bjs
huahuahuahua
com a figura ficou melhor ainda.
Cíntia, Descobri teu site ontem, e estou adorando os teus textos, que bela critica musical vc saiu hein. Acho que tu encontrou teu caminho, entre tantas leis e todas aquelas coisas que muitos não entendem surge a sensibilidade, o fogo da alma, o pulsar violento. Legal demais. Parabéns
Cíntia, Descobri teu site ontem, e estou adorando os teus textos, que bela critica musical vc saiu hein. Acho que tu encontrou teu caminho, entre tantas leis e todas aquelas coisas que muitos não entendem surge a sensibilidade, o fogo da alma, o pulsar violento. Legal demais. Parabéns
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